Avaliação econômica de parto domiciliar planejado na Região Metropolitana do Recife: uma análise de viabilidade de modelo
Ano de publicação: 2020
Teses e dissertações em Português apresentado à Universidade Federal de Pernambuco para obtenção do título de Mestre. Orientador: Rêgo, Moacyr Jesus Barreto de Melo
Com as transformações advindas do surgimento das tecnologias, o modelo obstétrico passou
por mudanças significativas, onde o protagonismo do parto já não pertence às mulheres.
Passando a ser regido pelo complexo médico-industrial, criando uma forte oposição na
simplificação do modelo e elevando, em muito, seus custos. Entender que o Parto Domiciliar
Planejado é uma alternativa real, prevista, disponível e de menor custo, capaz de atuar como
ferramenta de redução da morbimortalidade materna e neonatal, é, sem dúvida um enorme
avanço para a saúde no Brasil. É reconhecido, desde 1996, pela Organização Mundial de Saúde
como um local seguro para o acompanhamento de partos de gestantes de baixo risco. Diante
deste contexto, somado à ausência de estudos sobre custos com este trabalho, teve como
objetivo principal levantar os custos com PDP, comparar com outros tipos de nascimento e
associar algumas variáveis aos seus desfechos. Os dados foram coletados a partir de prontuários
físicos de mulheres (n=197) que tiveram Parto Domiciliar Planejado, entre 2013-2017, na
Região Metropolitana do Recife e aplicado questionário de satisfação por e-mail. Por tratar-se
de procedimentos privados, com profissionais autônomas, foram apenas considerados os custos
com materiais e equipamentos, pois os custos com Recursos Humanos equivalem ao lucro das
profissionais, após retirados tais custos. Com custos variando entre R$82,02 (2016) e R$151,01
(2014); os Elevados Níveis de Satisfação das mulheres (94,2% de satisfação com a qualidade
dos cuidados e 91,3% de satisfação com a forma de decorreu o TP, parto e pós-parto) e os
Desfechos positivos (71,07% sem intercorrências maternas ou neonatais e 9,69% de
transferência por intercorrência). Os resultados e conclusões se apresentam em consonância
com a hipótese levantada, que o modelo é de alta satisfação e baixo custo comparado ao valor
pago pelo SUS (R$267,60). Concluindo que se trata de um modelo seguro de assistência e uma
boa opção para melhoria da qualidade na atenção obstétrica, que contribui para a redução de
intervenções desnecessárias e consequentemente para melhores desfechos.
With the transformations resulting from the emergence of technologies, the obstetric model
underwent significant changes, where the protagonism of childbirth no longer belongs to
women. Becoming governed by the medical-industrial complex, creating a strong opposition in
simplifying the model and greatly increasing its costs. Understanding that Planned Home Birth
is a real, predictable, affordable and affordable alternative that can act as a tool to reduce
maternal and neonatal morbidity and mortality is undoubtedly a huge advance for health in
Brazil. Since 1996, it has been recognized by the World Health Organization as a safe place to
monitor the delivery of low-risk pregnant women. Given this context, in addition to the lack of
studies on costs with this work, while an exploratory and descriptive study, the main objective
was to raise the costs with PDP, compare with other types of birth and associate some variables
with their outcomes., The data were collected from women's medical records (n = 197) who
had Planned Home Birth, between 2013-2017, in the Metropolitan Region of Recife and applied
an email satisfaction questionnaire. As these are private procedures, with autonomous
professionals, only the costs with materials and equipment were considered, since the costs with
Human Resources are equivalent to the profit of the professionals, after removing these costs.
With costs ranging from R$ 82.02 (2016) to R$ 151.01 (2014); Women's High Levels of
Satisfaction (94.2% satisfaction with quality of care and 91.3% satisfaction with the way in
which PT, delivery, and postpartum elapsed) and Positive Outcomes (71.07% without maternal
or neonatal complications and 9.69% of intercurrent transfer). The results and conclusions are
in line with the hypothesis raised, that the model is of high satisfaction and low cost compared
to the amount paid by SUS (R$ 267.60). In conclusion, this is a safe care model and a good
option for improving the quality of obstetric care, which contributes to the reduction of
unnecessary interventions and, consequently, to better outcomes.